Acordei com uma súbita sensação de estar voltando à tona, depois de longos minutos submersa. Um ar novo no peito. E uma certeza de poder conseguir viver sem o medo dos tubarões no meu encalço. A capacidade recém-descoberta de enxergar a mera beleza do infinito, do simples (porém magnífico) encontro do céu com o mar. Estou nadando, agora. Sem pressa, sem aflição ou medo de me afogar. Apreciando a paisagem. Já consigo vislumbrar terra firme. Sei que em breve meus pés pisarão a areia clara e fofa da praia. Mas sempre que eu quiser voltar à agua, agora, me sentirei em casa, também.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
quinta-feira, 17 de abril de 2008
O castigo do Moacir - www.moacircaetano.zip.net
O Caçador de Pipas, de Khaled Housseini – Um dos melhores livros que já li, apesar de ser um best seller, coisa que geralmente evito. Um retrato da cultura afegã, com um enredo de dar um nó na garganta. Achei desconcertante. E lindo.
Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago – O homem é maravilhoso, e esse livro, que acabou de também virar filme, envolve, instiga. Seres humanos despidos de sua civilidade após um surto de cegueira. Surpreendente.
As Meninas, de Lygia Fagundes Telles – Livro delicioso, em que a autora escreve em primeira pessoa, por três personagens do livro. Incrível a complexidade com que ela constrói essas três diferentes personalidades, sem se perder.
Sagarana, de Guimarães Rosa – Um mestre da narrativa regional. Viajo lendo Sagarana, em cujas histórias o escritor relata e recria suas experiências de infância. É um livro longo, mas não cansa, por ser um livro de contos. Em especial o conto “Conversa de Bois”, em que ele tem como narrador nada mais nada menos que um bovino, como o título antecipa.
O “mais ou menos”: O Perfume, de Patrick Suskind – Indiscutivelmente, o livro supera o filme. Eu o li 6 anos atrás, e adorei. Mas há controvérsias...
segunda-feira, 17 de março de 2008
Presença
Entrou sorrateiramente. De tão discreta, a princípio, sequer a percebi. À medida que o tempo passava, ela se tornava maior, mais forte e mais presente. Tentei ignorar, mas tornava-se cada vez mais impossível. Estava tomando a casa inteira! Passou a me acompanhar onde quer que eu fosse. Quase ocupando o meu próprio espaço. Até o dia em que percebi que me acostumei. Que no fundo até preferia assim. E me dei conta que ela me faz mais companhia do que ele jamais fez. Ela, aquela imensa, gigantesca ausência.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Ainda não
Ady Cavalcante
Não se vá assim, meu bem
Ainda é cedo, eu juro
No horário de verão
Só quando está bem tarde
É que fica escuro
Tenho que contar
Eu tenho um defeito:
É que perdi o jeito
Pra dizer adeus
Diga um até logo
Ou não diga nada
Deixe que eu acredite
Que lhe vejo em breve
Tente me entender
Se eu lhe deixo ir
Uma parte minha
Segue com você
Não se vá assim, meu bem
Ainda é cedo, eu juro
No horário de verão
Só quando está bem tarde
É que fica escuro
Tenho que contar
Eu tenho um defeito:
É que perdi o jeito
Pra dizer adeus
Diga um até logo
Ou não diga nada
Deixe que eu acredite
Que lhe vejo em breve
Tente me entender
Se eu lhe deixo ir
Uma parte minha
Segue com você
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Sampa Também
Terra da garoa
Terra da garota
Seminua
Na esquina
Prateleira
Onde quem manda
É o freguês
Terra do garoto
Sentinela
Flanelinha
Gente feito lixo
Que não cabe
Debaixo do tapete
Gente que desafia
Os cartões postais
Gente que desafina
Dos teatros e recitais
Gente que alimenta
E que respira
Esse poluído
Viciante ar.
Terra da garota
Seminua
Na esquina
Prateleira
Onde quem manda
É o freguês
Terra do garoto
Sentinela
Flanelinha
Gente feito lixo
Que não cabe
Debaixo do tapete
Gente que desafia
Os cartões postais
Gente que desafina
Dos teatros e recitais
Gente que alimenta
E que respira
Esse poluído
Viciante ar.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Espelho
Teus olhos claros
Teus olhos, claro
Vêem-me bela
Como nunca
Antes me vi
Se o mundo me visse
Como me vejo
Refletida em ti!
Teus olhos, claro
Vêem-me bela
Como nunca
Antes me vi
Se o mundo me visse
Como me vejo
Refletida em ti!
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Adverso
Você quer pão
Eu quero vinho
Eu multidão
Você sozinho
Eu sou do samba
Você do jazz
Encaro o mundo
Você, viés
Você diz coisas
Que me atordoam
Digo tolices
E rio à toa
Você quer casa
Quer construção
Eu tenho o mundo
Em minhas mãos
Você acredita
No paraíso
Enfrento o inferno
Por seu sorriso
Ady Cavalcante
Eu quero vinho
Eu multidão
Você sozinho
Eu sou do samba
Você do jazz
Encaro o mundo
Você, viés
Você diz coisas
Que me atordoam
Digo tolices
E rio à toa
Você quer casa
Quer construção
Eu tenho o mundo
Em minhas mãos
Você acredita
No paraíso
Enfrento o inferno
Por seu sorriso
Ady Cavalcante
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